Histórico

PEQUENO HISTÓRICO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO E AFINS DE UBERLÂNDIA – STIAU

Desde seu reconhecimento oficial como sindicato profissional no dia 27de junho de 1961 – data em que recebeu a Carta Sindical expedida pelo Ministério do Trabalho – até os dias de hoje, o STIAU é reconhecido como um dos mais importantes sindicatos de trabalhadores de Uberlândia e do Triângulo Mineiro.

 

Criado inicialmente para representar os trabalhadores das dezenas de “máquinas de arroz” instaladas na cidade e os empregados dos vários frigoríficos que abatiam o gado criado pelos fazendeiros da região, dentre outras atividades industriais, o STIAU cresceu em importância durante a década de 70, quando várias indústrias do setor de alimentação, bebidas e fumo – várias delas multinacionais – foram instaladas em nossa cidade.

 

Em 1983, o STIAU passou pela maior mudança política de sua história. Acompanhando a modernização do parque industrial de Uberlândia e a maior politização da classe operária brasileira, foi eleita a sua primeira diretoria apoiada pela CUT – Central Única dos Trabalhadores.

 

No entanto, como o Brasil ainda vivia sob o tacão da Ditadura Militar, a vontade dos trabalhadores foi atropelada pelo Ministério do Trabalho, que impediu a posse da diretoria eleita. Foi somente em 1986, depois de intensa batalha jurídica, que o saudoso companheiro JOSÉ DE SOUSA PRADO assumiu o cargo de presidente do sindicato, à frente da primeira gestão “CUTista” do STIAU.

 

De 1986 até hoje, o STIAU tem merecido o respeito dos trabalhadores da categoria e da população de Uberlândia pela coerência com que suas diretorias vêm defendendo os interesses da classe trabalhadora e os princípios da Central Única dos Trabalhadores.

 

Durante todos estes anos, o STIAU tem sido um dos principais responsáveis pela organização do movimento sindical “cutista” em Uberlândia e região, incentivando e apoiando a organização sindical de diversas categorias, seja através da criação de novos sindicatos, seja através do apoio às oposições sindicais combativas.

 

A partir da década de 90, com o aumento descontrolado do desemprego no Brasil e a dificuldade em mobilizar os trabalhadores, o STIAU – juntamente a maioria dos sindicatos filiados à CUT – passou a defender uma nova postura para o sindicalismo brasileiro: o SINDICATO CIDADÃO. O STIAU, a partir de então, passou a intervir na sociedade em defesa dos direitos dos trabalhadores enquanto CIDADÃOS. O sindicato passou a defender os interesses dos empregados e desempregados; dos incluídos no sistema de produção e consumo e dos marginalizados dos benefícios da modernidade capitalista. A parceria com a Ação da Cidadania e outras entidades sociais da cidade foi um marco desta mudança.

Essa nova postura do STIAU, de apoio aos movimentos sociais urbanos e rurais – em especial aos movimentos de luta pela reforma agrária na região – e de participação, direta ou indireta, nos diversos conselhos sociais (Comissão Municipal de Emprego, Conselho do INSS, Conselho do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, dentre outros), conferiu ao STIAU, um papel de interlocutor privilegiado da sociedade civil frente aos poderes constituídos, extrapolando, desta maneira, a representação sindical tradicional, limitada aos interesses materiais imediatos de um determinado grupo de trabalhadores.

 

A partir do primeiro governo Lula e da retomada do crescimento econômico, o STIAU retornou à sua vocação principal, qual seja, a de representar preferencialmente os interesses imediatos dos trabalhadores, principalmente com relação à elevação do valor real dos salários pagos pelas indústrias do setor.

 

A partir do segundo governo Dilma, com a crise econômica que assolou o país e o golpe midiático parlamentar que culminou no impeachment da presidente e na tomada do poder por um governo de orientação neoliberal (governo Temer), o STIAU participou de todas as manifestações pela manutenção da legalidade e de resistência ao desmonte dos direitos trabalhistas.

 

Com a eleição em 2018 de um governo de extrema direita (governo Bolsonaro) e o aprofundamento dos ataques aos direitos trabalhistas e à organização sindical, o STIAU segue defendendo os direitos dos trabalhadores de sua base, procurando minimizar os prejuízos que estão sofrendo com esses ataques.

 

Hoje, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Uberlândia representa cerca de 12 mil trabalhadores formais da cidade e faz parte da direção da direção da Federação Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Minas Gerais – FEDETIA e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação – CONTAC-CUT.